quarta-feira, 2 de junho de 2010

rabiscos

Uma noite escura, onde o único som que trespassa os meus ouvidos são os sons da cidade, carros a apitar, pessoas a discutir, sirenes de ambulâncias, homens bêbedos, mulheres da vida, pedintes e mendigos, a noite torna-se uma incógnita.
Acordo de manhã, está um lindo dia, abro a persiana e um raio de luz funde-se com a escuridão do meu pensamento.
Sempre gostei de desenhar, desenhar o meu caminho, recordo-me tão bem dum desenho que fiz, ainda não sabia escrever, escrever com desenhos é a minha forma mais boémia e subjectiva de comunicar.
Uns rabiscos, uns riscos, uns gatafunhos, podes não saber o que querem dizer, mas todos eles têm um significado, e sei que naqueles rabiscos que desenhei, no fundo escrevi em letras bem pequenas: eu vou ser feliz.
Como uma borracha que apaga, um lápis que escreve, uma faca que corta, todos nós temos uma função. Não (...) somos versáteis.
Mentiras, mentiras que por mais que doam são mentiras. Que tentei não perceber, mas afinal sabia, desde o inicio.
Passa mais um dia a correr, volto para a cama e sonho que tudo não passe de um pesadelo.
Acordo de manhã, e é tudo bem real, a rotina começa e recomeça, vezes sem conta, sem que eu note.

3 comentários:

<3